Uma noite alternativa, ou o ir e voltar a uma realidade envergonhada
A companhia prometia e o roteiro era irrecusável. Inegável para alguém que sempre teve curiosidade em saber como era o outro lado de sentimentos genuínos, mas que a sociedade pune. Reprime porque não faz parte do estereótipo social, porque vivemos num país que se diz laico, mas onde a Igreja é um dos educadores. Reprime porque há uma falsa moralidade (isto escrito por mim pode soar a mel para alguns ouvidos, mas quem me conhece sabe que eu sou assim, que “funciono” na base do respeito e que não julgo ninguém pela tendência sexual. Já pela maneira como fala ou se comporta em determinados locais… aiiiiiiiiiii ai é melhor ficar por aqui!). Abafa porque muitas vezes não há a coragem em assumir que nem todos somos iguais quando o assunto é “sentimentos”, que é na diferença que está a Humanidade.
Voltando à viagem pela noite lisboeta… tenho de “tirar o chapéu” a tudo aquilo que vi, ouvi e senti.
Vamos por partes. Nalgumas saídas pela noite alfacinha já havia estado em bares ditos alternativos, onde a clientela é conotada por “lésbicas” ou “gays”. Nunca me senti discriminada, ainda que num bar “gay” tenha experimentado a sensação de “estar a ser fuzilada”. Quanto à clientela feminina… devo ser transparente!
Ontem não foi diferente e acabou por resultar numa das melhores noites dos últimos tempos. Com as ruas do Bairro Alto a transformarem-se à medida que a noite avança, numa espécie de metamorfose que passa do pitoresco ao lugar de culto, de boémia, de encontros e desencontros, onde os homens deixam qualquer gaja de olhos em bico (pena que olhem para nós com indiferença), o Bairro é… o Bairro.
Mas a surpresa estava reservada para o fim. E esqueçam o Trumps e todos aqueles locais que gajo que é gajo só vai para "gozar o prato", ou que gaja vai com receio de ser apalpada por uma das suas. Depois da melhor viagem de táxi de todos os tempos, onde fui ao lado da condutora Filomena, uma mulher angolana que tem alma de taxista, chegámos à “Maria Lisboa”, ali para os lados de Alcântara, um espaço alternativo aberto ainda não tem seis meses.
Gerido por mulheres e aberto a todos aqueles que Respeitem todos os Outros, o “Maria Lisboa” proporcionou-me horas pela noite lisboeta que jamais esquecerei.
Não fiz nenhuma viagem (aquela que muitos teimam em dizer que uma vez feita não tem retorno), nem tão pouco senti tentação para a fazer, mas nunca vou esquecer a naturalidade com que vi mulheres assumirem sentimentos e sem qualquer rasgo de censura beijarem a companheira. Homens sem complexos ou vergonha acariciarem o companheiro que amam.
Foi, de facto, uma das melhores noites. Não posso negar que a companhia (uma menina e um menino) também contribuiu para que eu tenha realizado um desejo. Um fetiche (no bom sentido, claro!) que era ver ao vivo e a cores pessoas a demonstrar sem medo, sem censura, sem complexo, o amor que sentem por alguém do mesmo sexo.
A noite é para repetir, espero. Afinal… Lisboa tem uma luz mágica ao romper do dia e o Rossio fica fantástico quando o castelo deixa passar os primeiros raios de Sol.
Voltando à viagem pela noite lisboeta… tenho de “tirar o chapéu” a tudo aquilo que vi, ouvi e senti.
Vamos por partes. Nalgumas saídas pela noite alfacinha já havia estado em bares ditos alternativos, onde a clientela é conotada por “lésbicas” ou “gays”. Nunca me senti discriminada, ainda que num bar “gay” tenha experimentado a sensação de “estar a ser fuzilada”. Quanto à clientela feminina… devo ser transparente!
Ontem não foi diferente e acabou por resultar numa das melhores noites dos últimos tempos. Com as ruas do Bairro Alto a transformarem-se à medida que a noite avança, numa espécie de metamorfose que passa do pitoresco ao lugar de culto, de boémia, de encontros e desencontros, onde os homens deixam qualquer gaja de olhos em bico (pena que olhem para nós com indiferença), o Bairro é… o Bairro.
Mas a surpresa estava reservada para o fim. E esqueçam o Trumps e todos aqueles locais que gajo que é gajo só vai para "gozar o prato", ou que gaja vai com receio de ser apalpada por uma das suas. Depois da melhor viagem de táxi de todos os tempos, onde fui ao lado da condutora Filomena, uma mulher angolana que tem alma de taxista, chegámos à “Maria Lisboa”, ali para os lados de Alcântara, um espaço alternativo aberto ainda não tem seis meses.
Gerido por mulheres e aberto a todos aqueles que Respeitem todos os Outros, o “Maria Lisboa” proporcionou-me horas pela noite lisboeta que jamais esquecerei.
Não fiz nenhuma viagem (aquela que muitos teimam em dizer que uma vez feita não tem retorno), nem tão pouco senti tentação para a fazer, mas nunca vou esquecer a naturalidade com que vi mulheres assumirem sentimentos e sem qualquer rasgo de censura beijarem a companheira. Homens sem complexos ou vergonha acariciarem o companheiro que amam.
Foi, de facto, uma das melhores noites. Não posso negar que a companhia (uma menina e um menino) também contribuiu para que eu tenha realizado um desejo. Um fetiche (no bom sentido, claro!) que era ver ao vivo e a cores pessoas a demonstrar sem medo, sem censura, sem complexo, o amor que sentem por alguém do mesmo sexo.
A noite é para repetir, espero. Afinal… Lisboa tem uma luz mágica ao romper do dia e o Rossio fica fantástico quando o castelo deixa passar os primeiros raios de Sol.