upa-pacima

...que a vida continua!

segunda-feira, março 22, 2010

A melhor vista de Lisboa

Já aqui escrevi que "Lisboa tem uma luz mágica ao romper do dia e o Rossio fica fantástico quando o castelo deixa passar os primeiros raios de sol" .

Nas primeiras horas deste domingo percebi que afinal o castelo é muito mais do que peneira para o sol. Vi que a nublina da manhã tem o poder de transformar o castelo em algo misterioso, tal como misterioso é o sentimento que cada pessoa pode sentir por outra.

Um mistério que pode ser entendido sob diversos ângulos e percepções, mas que fez alguém imortalizar a Avenida da Liberdade nas melhores fotos que vi até hoje.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Pisar o risco sem colibris

Sempre quis fazer um inter-rail. Mas, "nem penses" foi sempre a resposta que ouvi.

Cresci num mundo grande, mas de vista curta. Afinal... "menina que é menina tem é de se comportar bem". Nunca percebi o significado da frase, nem porque tinha de vestir aqueles vestidos de florinhas e folhinhos quando me ficavam tão mal, quando não tinham nada a ver comigo. Mas "........ tás tão linda!", exclamavam.

Para "fazer frente" pisava o risco nas férias de Verão. No tempo das amoras! Na altura em que o vestidinho do dia por vezes parecia ter uns copitos de vinho em cima e era lavado no ribeiro, bem como a boca - sim... comer amoras deixa a boca roxa.

Desse tempo guardo cicatrizes no corpo. Marcas que olho com carinho e que foram desinfectadas com a água que corria fresca de doce, que deixava ver os peixes e onde as "colibri" (umas sandálias de plástico maravilhosas, ultra modernas e com cheiro a chocolate) deixavam andar uns bons metros com os pés de molho.

Pisei o risco sem, no entanto, magoar ninguém.

Hoje olho para trás e sinto que afinal menina que é menina pode fazer tudo o que as outras fazem - aliás, por vezes até com mais, mais..., "charme".

Quanto ao inter-rail... ainda não o fiz! Será em 2010?

domingo, janeiro 03, 2010

Entre o novo mundo e o oriente

Ontem debutei sozinha por um cais que se diz de putas e chulos. Um local de Lisboa que comecei a frequentar tem cerca de seis meses e que me faz viajar quase todas as semana a Oriente - um oriente a Ocidente da capital.

Ontem percorri aquelas ruas sozinha. Ruas povoadas de gente que rumam à diversão, ou que na esquina aguardam por algum cliente que a troco de alguns euros queira minutos de prazer.

Ali, entre o novo mundo e o oriente, reaprendi a viver a noite.

Ali, conheci pessoas que me fizeram olhar a vida de maneira diferente, pessoas que me "introduziram" na música - área onde desde sempre fui "daltónica".

Ontem... ontem fui mais uma na multidão. Entre gente que conheci não tem muito tempo, mas onde faltou alguém. Alguém que com toda a certeza não está doente, mas que teima em ouvir 80's não sei onde, nem com quem, nem porquê. E pensar que tudo começou porque me parecia outro alguém...

quinta-feira, novembro 12, 2009

Um ano depois, o regresso

Foi há praticamente um ano que aqui postei pela última vez.

Nenhum daqueles que aqui pariu caracteres tem aparecido por aqui.

Em 12 meses tantas coisas se alteraram. Mudanças de “ramo profissional”, mudanças de amores, uma nova criança, saídas do Chiado, novos destinos nocturnos, umas rugazitas…

Como serão os próximos 12 meses? E que tal voltarmos a debitar para aqui uns caracteres?

Por mim… vou dar o meu melhor.

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terça-feira, novembro 25, 2008

Chá de jasmim

Sempre me intrigou o que se passaria no subsolo do Martim Moniz. E foram vários os dias em que, uma vez descida a Calçado do Carmo, optei por apanhar o metro naquelas paragens assim para o exótico. Sem que nunca tivesse tido a coragem de romper por aquele corredor, ali bem à minha direita, no sábado aconteceu!

Aconteceu e os aromas, os cheiros, os sons misturaram-me na minha inocência. Uma pureza de rapariga que cresceu no campo , mas que sente a falta do Chiado do mesmo modo que sente a falta do cheiro da terra e do fumo das chaminés.

Por entre jindungos, mandiocas, bananas, cocos, acafrão, pacotes de cuscus o cheiro de caril - condimento que detesto, mas que ali, no seu estado bruto, até me lavou as narinas e desentupiu os alvéolos - é o que ressalta num ambiente de encontro de civilizações.

De chineses a tailandeses, de indianos a goeses, de moçambicanos a angolanos, de caboverdianos a portugueses, não esquendo os ciganos – que nunca sei a que patria os atribuir – e os imigrantes de Leste, no Centro Comercial do Martim Moniz o “banho” é de cheiros e de tolerância.

Mas… pasta de caril vermelha não havia!

Nada como partir à descoberta. E não é que descobrimos?

Descobrimos que afinal a explicação para a rapidez com que somos atendidos nos restaurantes chineses poderá estar no facto de haver latinhas – qual feijão cozido da Compal – com cada um dos ingredientes que compõem o chop-suey de gambas ou a família feliz. E até as hóstias de camarão, daquelas com que somos recebidos cada vez que a opção para jantar é "restaurante chinês", também lá estão em saquinhos.

Ah! Também por lá vi os crepes, o pão chinês e o gelado frito tudo prontinho para ser cozinhado. Isto sem falar nos pitéus acabadinhos de cozinhar e ainda quentinhos que uma chinesa me garantiu serem "muito bonos".

Quanto a compras?

Entre outras coisas umas mini rodelas às cores que uma vez na frigideira crescem , crescem, crescem e viram hóstias de camarão. Esta última parte estou a relatar.

Por mim… comprei uma caixinha azul esverdeada de chá e jasmim.

Não sei porquê, mas desde que o bebi pela primeira vez – já lá vão uns anitos – entranhei o sabor e o cheiro. As bulas dizem que este chá é a bebida mais popular entre as pessoas mais velhas na Ilha de Okinawa. Tendo em conta que ali existe a maior concentração de velhotes com mais de cem anos de idade… Estou no bom caminho.

Mas porque os cheiros e o sons levam para outras paragens, o almoço foi com sabor a Áustria e o café com Clooney como pano de fundo.

E digam lá que em Lisboa não se faz turismo! ;)

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terça-feira, setembro 23, 2008

Das costas patagónicas

Luís Sepúlveda é um dos meus autores preferidos. Com a escrita dele já viajei pela Patagónia, pela Terra do Fogo, sentada “na cobertura do Finisterre, chorei sem dar por isso”, bebi chá-mate, “descasquei toneladas de batatas” a bordo de Estrella del Sur, e vi a 31 de Março o deserto de Atacama “coberto de pequenas flores cor de sangue”.

Porque a Patagónia tem outros encantos não posso deixar de partilhar isto.

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quinta-feira, setembro 18, 2008

Para lá do PSI 20

Manuel Pinho foi o entrevistado do “Negócios da Semana” da Sic Notícias. Sem querer comentar os minutos de conversa, não posso deixar de salientar a paixão com que o Ministro da Economia falou das PME que existem em Portugal. De empresas que ninguém conhece, mas que contribuem para a riqueza nacional, para a criação de emprego e que, por exemplo, ajudaram atletas olímpicos a ganharem 180 medalhas.

Defendi durante anos que uma das missões do jornalista é também dar a conhecer empresas que ninguém conhece, empreendedores desconhecidos do grande público que criam riqueza e emprego, que não têm as empresas no PSI 20 mas…exportam 100% da sua produção, fabricam para as mais conceituadas marcas de roupa, de atoalhados, de sapatos… Infelizmente algumas vezes ouvi de pessoas que lideram equipas de jornalistas referirem-se a esses empresários como “não tem interesse” ou “ninguém conhece” ou “não tem perfil”.

Depois do alerta do Ministro da Economia, será que alguma coisa irá mudar?

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