upa-pacima

...que a vida continua!

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Pisar o risco sem colibris

Sempre quis fazer um inter-rail. Mas, "nem penses" foi sempre a resposta que ouvi.

Cresci num mundo grande, mas de vista curta. Afinal... "menina que é menina tem é de se comportar bem". Nunca percebi o significado da frase, nem porque tinha de vestir aqueles vestidos de florinhas e folhinhos quando me ficavam tão mal, quando não tinham nada a ver comigo. Mas "........ tás tão linda!", exclamavam.

Para "fazer frente" pisava o risco nas férias de Verão. No tempo das amoras! Na altura em que o vestidinho do dia por vezes parecia ter uns copitos de vinho em cima e era lavado no ribeiro, bem como a boca - sim... comer amoras deixa a boca roxa.

Desse tempo guardo cicatrizes no corpo. Marcas que olho com carinho e que foram desinfectadas com a água que corria fresca de doce, que deixava ver os peixes e onde as "colibri" (umas sandálias de plástico maravilhosas, ultra modernas e com cheiro a chocolate) deixavam andar uns bons metros com os pés de molho.

Pisei o risco sem, no entanto, magoar ninguém.

Hoje olho para trás e sinto que afinal menina que é menina pode fazer tudo o que as outras fazem - aliás, por vezes até com mais, mais..., "charme".

Quanto ao inter-rail... ainda não o fiz! Será em 2010?

domingo, janeiro 03, 2010

Entre o novo mundo e o oriente

Ontem debutei sozinha por um cais que se diz de putas e chulos. Um local de Lisboa que comecei a frequentar tem cerca de seis meses e que me faz viajar quase todas as semana a Oriente - um oriente a Ocidente da capital.

Ontem percorri aquelas ruas sozinha. Ruas povoadas de gente que rumam à diversão, ou que na esquina aguardam por algum cliente que a troco de alguns euros queira minutos de prazer.

Ali, entre o novo mundo e o oriente, reaprendi a viver a noite.

Ali, conheci pessoas que me fizeram olhar a vida de maneira diferente, pessoas que me "introduziram" na música - área onde desde sempre fui "daltónica".

Ontem... ontem fui mais uma na multidão. Entre gente que conheci não tem muito tempo, mas onde faltou alguém. Alguém que com toda a certeza não está doente, mas que teima em ouvir 80's não sei onde, nem com quem, nem porquê. E pensar que tudo começou porque me parecia outro alguém...