O poder do marketing ou a vaidade de ter um objecto?
Com a entrega do IRS ainda longe, a pergunta “o que se passa aqui” surge mal vimos a fila de gente que, nos últimos dias, tem estado à porta do n.º 12 da Rua Garrett. É verdade! Parecem pedintes que aguardam a sua vez de entrada na “Sopa dos Pobres”.
Mas não. Não pode ser! Estamos em plena Baixa lisboeta, as pessoas têm “bom ar”, vestem roupa confortável e parecem tomar banho diariamente. Portanto… não são pessoas que fazem da rua a sua casa. Então, quem são? A segunda ideia que me surge é de que são pessoas que (des)esperam para comprar uma máquina Nespresso ou as respectivas cápsulas de café.
A terceira ideia é de que ali está a “nata da nata” da sociedade portuguesa - o target da Nespresso são as classes A e B . Mas não! As pessoas que ali estão são parecidas comigo. Não vestem Prada ou Armani, Chanel ou muito menos LV ou Hermés.
Então quem são? Aspirantes à classe A ou B? Pessoas que não resistiram ao charme do George Clooney – rosto da marca – e que, por isso, querem ter em casa uma máquina de café igual(?) à do cromo? Indivíduos que gostam realmente de café? Que estão dispostos a aguardar longos minutos por um objecto que os obriga a ficar fiéis e dependentes de uma só marca? Ou será que apenas pretendem mostrar aos "amigos lá de casa" que são pessoas que têm status (entenda-se poder de compra. Sim é que alcançar o break-even deste investimento leva algum tempo, além de que têm de tomar durante uns meses sempre, sempre, cafezinho feito em casa)?
Ajudem-me a perceber este fenómeno! É que nunca vi portugueses, prestes a desembolsar entre 160 a 1000 euros, aguardarem em fila indiana tão ordeiros, tão calados, tão… tão pacíficos, a sua vez para serem atendidos.
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