Cor-de-burro-quando-foge
Primeiro no metro, depois na rua, passando pelos bares da noite e cheguei à triste constatação:
Somos um povo morno e isso reflecte-se na forma como nos apresentamos. De manhã, à excepção dos vizinhos franceses, da estudante alemã do Erasmus ou de um grupo de espanholas divertidas, os portugueses apresentam-se em tons de castanho, cinzento, cremezinho, azul cocó, bordeaux desmaiado.... A avaliar pela roupa podemos dizer que o português é light, sem cafeína, desmaiado, em suma, um pastel.
Nos transportes públicos o comportatamento corresponde ao traje. Não se fala, sussurra-se, condizendo assim com a vestimenta. Não se veste um castanho forte, opta-se por um castanhinho. Não se arrisca um amarelo ou um vermelho, fica-se por um verdinho esmeralda ou um cor-de-vinho-rosé.
Os homens vestem-se como habitantes da Europa de Leste antes da cortina de ferro. Cinzentos e sorumbáticos como se todos os tijolos do muro de Berlim lhes tivessem caído em cima.
As mulheres de meia-idade vestem-se como a rainha de inglaterra, de tailleurzinho discreto.
Os rapazes vestem-se como se vivessem na Mongólia e as lojas apenas vendessem mocassins e pullovers de lambswool com quatro cores. Castanhinho, verdinho, cinzentinho e bordeauzinho.
As raparigas parecem húngaras, desse país profundo, cinzento e frio
No dia em que Portugal perder os complexos, começará a vestir-se mais garrido, falará alto nos transportes como os espanhóis e perderá essa necessidade de compostura impingida sabe-se lá por quem - quiçá pela professora primária da nossa avó, boazinha mas conservadora e reaccionária que continua deixar o seu marco na educação do país.
Primeiro no metro, depois na rua, passando pelos bares da noite e cheguei à triste constatação:
Somos um povo morno e isso reflecte-se na forma como nos apresentamos. De manhã, à excepção dos vizinhos franceses, da estudante alemã do Erasmus ou de um grupo de espanholas divertidas, os portugueses apresentam-se em tons de castanho, cinzento, cremezinho, azul cocó, bordeaux desmaiado.... A avaliar pela roupa podemos dizer que o português é light, sem cafeína, desmaiado, em suma, um pastel.
Nos transportes públicos o comportatamento corresponde ao traje. Não se fala, sussurra-se, condizendo assim com a vestimenta. Não se veste um castanho forte, opta-se por um castanhinho. Não se arrisca um amarelo ou um vermelho, fica-se por um verdinho esmeralda ou um cor-de-vinho-rosé.
Os homens vestem-se como habitantes da Europa de Leste antes da cortina de ferro. Cinzentos e sorumbáticos como se todos os tijolos do muro de Berlim lhes tivessem caído em cima.
As mulheres de meia-idade vestem-se como a rainha de inglaterra, de tailleurzinho discreto.
Os rapazes vestem-se como se vivessem na Mongólia e as lojas apenas vendessem mocassins e pullovers de lambswool com quatro cores. Castanhinho, verdinho, cinzentinho e bordeauzinho.
As raparigas parecem húngaras, desse país profundo, cinzento e frio
No dia em que Portugal perder os complexos, começará a vestir-se mais garrido, falará alto nos transportes como os espanhóis e perderá essa necessidade de compostura impingida sabe-se lá por quem - quiçá pela professora primária da nossa avó, boazinha mas conservadora e reaccionária que continua deixar o seu marco na educação do país.
Etiquetas: Cor-de-burro-quando-foge
3 Comments:
At 12:12 da tarde, Rituka said…
Psiu !!! Eu falo alto! N tenho vergonha, han? :P E o Eliptico que diga ! :x
At 7:13 da tarde, vega said…
Sim, senhor! Bom diagnóstico! (Vamos a ver se eu aprendo alguma coisa com isso!) ;o)
At 10:06 da manhã, Anónimo said…
...vê-se logo que não frequentas a Mouraria... aí sim, as cores e as bocas são bem berrantes!;)****
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